Premiados pelo TRN 2021 falam das dificuldades que passaram para chegar onde estão e da representatividade do prêmio

As dificuldades e a importância da representatividade foram temas recorrentes nas falas dos premiados do Troféu Raça Negra que aconteceu ontem, 21.

Hebert Conceição, medalhista olímpico do boxe, falou sobre a importância de ser um exemplo para outros jovens. “Eu me sinto muito honrado, um jovem de 23 anos, negro, pobre, praticamente de boxe, que é pior ainda, uma modalidade muito discriminada, poder conquistar o mundo e proporcionar um exemplo de resistência”, disse. “E seguirei, com minha medalha de ouro, lutando e incentivando muitos jovens e muitas jovens que sonham em alcançar altos patamares e lugares de sucesso em sua vida. Seguirei lutando por um mundo e um Brasil melhor”.

Ludmilla falou sobre a dificuldade de chegar onde está hoje e agradeceu. “Foi tudo muito difícil, como para todos nós e vocês sabem disso. Eu fui a primeira cantora negra da América Latina a bater 1 bilhão de streams, mas eu não quero ser a única. Esse lugar deve ser ocupado por todos nós. Eu estou muito honrada de receber esse prêmio, porque um dia olharam pra mim e disseram que essa neguinha não ia chegar a lugar nenhum e hoje essa neguinha está indo para casa com o Troféu Raça Negra”.

Já Preta Gil relembrou que recebeu seu primeiro Troféu Raça Negra no início de sua carreira, há 19 anos atrás. “Eu não recebi nenhum outro troféu, eu não fui homenageada. Hoje, estar aqui é muito importante para que eu tenha força para mais 19 anos de luta, de vida. Todo brasileiro deveria se sentar nessa sala e assistir a esse prêmio que é uma aula. Eu tenho muita honra de estar aqui e dedico esse prêmio ao meu pai, o imortal Gilberto Gil.”